Não te precipites com a tua boca, nem o teu
coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus… —Eclesiastes 5:2
“Deus deu a você dois ouvidos e uma
boca por uma razão”, diz o ditado. A habilidade de ouvir é essencial para a
vida. Os conselheiros nos dizem para ouvirmos uns aos outros. Os líderes
espirituais nos dizem para ouvirmos a Deus. Mas dificilmente alguém nos dirá:
“Ouça a você mesmo.” Não estou sugerindo que temos uma voz interior que sempre
sabe a coisa certa a dizer. Nem estou dizendo que deveríamos ouvir a nós mesmos
em vez de ouvir a Deus e aos outros. Estou sugerindo que precisamos ouvir a nós
mesmos para descobrirmos como os outros estão recebendo as nossas palavras.
Os israelitas poderiam ter seguido este
conselho quando Moisés os liderava para fora do Egito. Poucos dias após a
libertação miraculosa que enfrentaram, eles estavam reclamando (Êxodo 16:2).
Apesar de sua necessidade por comida ser legítima, a maneira de a expressarem
não era (v.3).
Sempre que o nosso falar é fruto do
medo, da raiva, da ignorância ou do orgulho — mesmo que digamos a verdade —
aqueles que ouvem, ouvirão mais do que as nossas palavras. Ouvirão emoções. Mas
essas pessoas não sabem se essa emoção é fruto do amor e da preocupação ou do
desdém e do desrespeito. Assim corremos o risco de sermos mal compreendidos. Se
ouvirmos a nós mesmo antes de falar em voz alta, podemos julgar os nossos
corações antes que as nossas palavras descuidadas machuquem outros ou
entristeçam o nosso Deus.
As palavras ditas precipitadamente fazem mais
mal do que bem.
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