Uma psicóloga com saudades. Saudades de quê? Rosely Sayão tem saudade daqueles anos quando havia vergonha e, por causa dela, as pessoas se continham de fazer certas coisas erradas, pelo menos em público. Se a estratégia de filmar os nossos gestos e os nosso movimentos por meio das câmeras colocadas em lugares públicos deu certo no princípio, hoje, segundo a psicóloga, ninguém mais liga para a vigilância eletrônica. O aviso "Sorria, você está sendo dilmado" ganhou um tom irônico, lembra a colunista do caderno "Equilíbrio", da Folha de São Paulo. Os adolescentes aproveitam para fazer gestos obscenos à frente de uma câmera. "Parece que já não queremos mais mostrar o que temos de melhor aos outros, e sim o que temos de pior", diz Rosely Sayão.
Essa mudança na sociedade não pode atingir os crentes em Jesus Cristo. Eles precisam continuar a ter vergonha de cometer alguns pecados. Vergonha de Deus quando o pecado for secreto. Vegonha de Deus e dos homens quando o pecado for público. Pecado ainda é pecado, ainda é ato vergonhoso. Aliás, foi esse o nome que o levita deu ao crime cometido pelo benjamitas de Gibeá contra sua mulher. (Jz 20.6)
Quantos culpados de escândalos no meio evangélico estariam suficientemente convictos e dispostos a fazer a mesma confissão de Esdras: " Ó Deus, estou muito envergonhado e não tenho coragem para levantar a cabeça na tua presença. Estamos afundados nos nossos pecados, que sobem até o céu" (Ed 9.6). Vinte e cinco anos antes, ainda no e´xílio da Babilônia, no primeiro anos de Dario, 539 a. C., Daniel havia feito a primeira idêntica: " Ó Senho, nós, nosso reis e nossos príncipes estamos morrendo de vergonha por causa de todos os nosso pecados." (Dn 9.8)
Rosely cita o Big Brother Brasil como exemplo de que perdemos a capacidade de ter vergonha. Mas não nos iludamos: "Isso não ocorre apenas nesse programa, mas no codidiano de nossa vida pública.
extraído do caderno Equilíbrio, 15/02/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário